quinta-feira, 11 de setembro de 2014

PERDOA-ME, SENHOR!

PERDOA-ME, SENHOR...
Por cada vez que eu reclamo por tão pouco.
Por cada vez que sou ingrata.
Por cada vez que Te aborreço.
Por cada vez que ajo tão diferente do que Tu gostarias.
Por cada vez que vejo uma cena triste e aí sim, eu realmente sinto o quanto sou abençoada!
Obrigada por eu ter tanto diante de tantas pessoas que não têm quase nada. Não estou falando de bens materiais, pois levo uma vida confortável, porém, simples. Estou falando de ter saúde, família, filha, marido, pais, irmãs, raros, mas verdadeiros amigos. Ter condições de comer o que eu quero e quando quero. Enfim...
Perdoa-me porque quando vejo ou ouço cenas como a de hoje, sinto o quanto tenho que agradecer a Ti e sei que faço tão pouco, meu Deus!
Senta que lá vem a história:
Fomos ao McDonalds com o Júnior hoje para ele lanchar. Enquanto eu fiquei nos brinquedos com ele, a Dani foi pedir o lanche e voltou toda triste porque presenciou um senhor tentando comprar 2 casquinhas e uma água e o dinheiro dele não dava. Este estava com o filho especial. Quando a moça do caixa disse que ficava TUDO em 6,50 ele disse para deixar só uma casquinha e a água porque ele só tinha 5,00 reais.
Aí a Dani não sabia se oferecia para pagar a outra ou não com medo da reação daquele senhor que ela não conhecia. Tem gente que não aceita ajuda, a gente sabe disso! 
Enfim. O homem foi para a mesa e quando o filho viu que ele estava com a casquinha e a água, levantou-se e foi até os caixas falando alto com as moças que ele queria coca-cola. A Dani não pensou duas vezes, falou com uma das atendentes que podia dar a coca ao rapazinho que ela pagaria. 
Aí que me vem a vontade de pedir milhões de perdões a Deus, porque temos tanto se formos analisar. Podemos ir aonde queremos, quando queremos, comemos do bom e do melhor sempre.
Fico envergonhada de às vezes haver tantas situações tão tristes, graves, difíceis, seja de dinheiro, doença ou o que for, e eu, me estressando por muito menos.
Perdoa-me, Senhor!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

"A armadilha da mulher maravilha:

- Nasce um bebê no Xingu. Todas as mulheres da oca se mobilizam. A mãe está cercada de cuidados e apoio.
- Nasce um bebê no sertão das Minas Gerais. A avó, a bisavó, as tias, a prima cercam a mãe de cuidados.
- Nasce um bebê numa aldeia africana. Numa tribo em Maui. Numa cidadezinha no interior da Tailândia ou da Polônia ou da Inglaterra – a cena se repete. Na favela da Zona Norte as vizinhas e a tia que mora na laje de cima se encarregam de ajudar. E nas mansões dos jardins? Não são mais a avó e as vizinhas, mas as duas babás, a enfermeira, a faxineira, o motorista e o segurança.
Nasce um bebê em Copacabana, no apartamento 1104. A avó está trabalhando em tempo integral. O pai só tem cinco dias de licença. A vizinha do 1103 não só não ajuda, como sequer conhece, e ainda reclama do choro noturno. E a empregada diz que só ganha pra cuidar da casa. Ajudar à noite, nem pensar.
E aí temos esse fascinante fenômeno social: a única mulher do planeta que é deixada pra cuidar de um bebê sem nenhuma ajuda é a da classe media, urbana, ocidental. Pior: ela achava que ia conseguir…
Mas essa onipotência (culturalmente induzida, claro – e muitas vezes socialmente exigida…) só dura até o 5o dia, quando muito. Na segunda semana a mulher percebe que um bebê demanda demais. Precisa de atenção 24 horas, permanente. Que os intervalos do sono não são suficientes para que ela viva: descanse, almoce, tome um banho, respire, olhe pela janela, durma meia hora, atenda ao telefone, responda um email. E os cuidados muitas vezes exigem duas pessoas. Sem ajuda, é virtualmente impossível. A amamentação facilita e muito o cuidado, já que não é preciso tratar de mamadeiras, latas, esterilizadores e bicos. Mas é preciso tempo e descanso para produzir leite. É o clássico bordão, muitas vezes ignorado: um bebê só ficará bem se sua mãe estiver bem. Em alguns momentos, é crucial que a mãe volte a ser mulher – um indivíduo separado de sua filha, que precisa descansar, se cuidar, relaxar, pensar em outras coisas. Ela precisa desses momentos como o bebê precisa do seu leite.
Por isso, é preciso que tenhamos menos onipotência, e que reconheçamos que vamos sim precisar de ajuda. Para isso, é necessário planejamento: quem vai ajudar, como, quando. O pai vai segurar a onda nas noites? Até quando? A avó pode mesmo ajudar? E os conflitos que tantas vezes surgem nesse momento? Uma coisa é apoiar, acolher; outra, se intrometer ou criticar – fronteira sutil e muitas vezes rompida de forma inconsciente e perversa. A empregada vai cuidar da casa? Vai ter comida pronta? O patrão vai respeitar e não ligar para falar de trabalho?
Nos dias de hoje, a situação se complica ainda mais. Em nossos tempos hiper-conectados, de distrações múltiplas e permanentes e com enorme apelo, é dificílimo estarmos concentrados em uma tarefa. Muitas vezes a futura mãe se ilude e acha que vai amamentar, trocar fraldas, ver a novela, passar email de trabalho, estudar para o concurso e postar no Facebook, ao mesmo tempo, já nos primeiros dias de vida do recém nascido.
E como se a situação em si já não fosse complicada o suficiente, aparecem outros obstáculos: o marido quer ensinar a colocar o bebê no seio (com a melhor das intenções), dizendo que ela está fazendo errado; a mãe (avó do bebê) diz “mas o que custa dar uma mamadeirinha, ele chora tanto”; as amigas dizendo que pra elas foi muito simples, que fizeram assim ou assado e que você está fazendo tudo errado; a prima exibicionista cujo bebê dorme bem, mama bem e “não dá nenhum trabalho”…. e a sociedade toda dizendo que se você não consegue amamentar seu bebê e cuidar dele integralmente, é porque não tem competência.
Reproduzo aqui um depoimento da Chris Nicklas em seu site:
“Amamentar é…” que descreve essa situação de forma muito concreta e emocionante:
“Tantas pessoas entraram na minha casa com a intenção de ajudar! Nossa, nem sei dizer… Quantas realmente me ajudaram? Conto nos dedos!
Qual será o problema? Por que é tão difícil se abrir para enxergar o que o outro precisa?
Me recordo de uma situação em específico. Eu com o mamilo esquerdo inflamado sofrendo por ainda sentir dores no aleitamento materno, apesar dos meus filhos já estarem com três meses. As pessoas passando por mim dizendo barbaridades do tipo:
- É assim mesmo, vai calejar…
- Dê a mamadeira! Olha o que você está fazendo com você mesma, pra quê?
- Dê o peito assim mesmo! Não pode estar doendo tanto assim!
As horas passando e o meu desespero aumentando. Minha consulta médica já estava marcada. Mal eu sabia que estava com sapinho e por isso voltava a ser dolorido amamentar. Meu estado emocional não me permitia enxergar um palmo na frente do nariz!
Muito bem, numa certa altura chega minha sogra em casa. Me olha e fica devastada com o meu estado. Minha cara era de puro desconsolo. De repente ela me lança a seguinte pergunta:
- Minha filha, o que você precisa? Me diga o que fazer para te ajudar…
Meus olhos se encheram de lágrimas. Uma pergunta tão simples e tão rara de se ouvir.
Ficamos ali nos olhando, enquanto meu coração transbordava de tantos sentimentos e emoções.”
O que a mulher precisa no momento da amamentação é apoio de verdade. Apoio aberto, honesto e atento. Ela não precisa de crítica, ensinamentos verticais, lições de moral ou prescrições autoritárias. Muito menos de conselhos sobre mamadeiras. Ela precisa de espaço psíquico, tempo e um mínimo de estrutura para se dedicar ao bebê. E de apoio técnico, prático, de que falaremos mais adiante.
Aliás, esse é um importante papel que o pai pode exercer nesse momento da vida familiar, o nascimento de um filho. Tão ou mais importante quanto trocar fraldas, ninar e dar banho, é garantir que o binômio mãe-bebê vai ter paz e tranquilidade para se conhecer, se conectar, evoluir em direção a um bom desenvolvimento e a uma amamentação bacana. Para isso, cuidar da casa, e garantir que esteja em ordem; comida na geladeira e contas em dia; atender o telefone e dar conta dos palpiteiros; receber as visitas e oferecer as desculpas pois a mamãe agora está descansando… e estar atento às necessidades da sua mulher.
Gosto de comparar a família neste momento do ciclo vital com o átomo: no núcleo central, mãe e bebê recém nascido – próton e nêutron – numa relação de simbiose e magnetismo. Em torno deles, o elétron, não diretamente envolvido na troca nutritiva mas fundamental no equilíbrio de energias, nas trocas afetivas, no cuidado com a família."
Por Dr. Daniel Becker (médico pediatra)

terça-feira, 2 de setembro de 2014

QUAL A SUA PRIORIDADE?

Tenho pensado muito sobre qual é a minha prioridade. E a resposta está estampada na minha cara, nas minhas atitudes, na minha vida como um todo. 
A minha é a Yasmin, minha filha amada, menina-benção, presente de Deus.
A minha família e o meu trabalho sempre foram prioridade para mim. Meus pais, irmãs, marido, sobrinho sempre foram e serão tudo. Mas incomparável é o amor que tenho pela minha filha.
Fico numa correria louca para dar conta de tudo: casa, trabalho, cuidar dela da melhor forma possível. Às vezes passa pela minha cabeça se eu não deveria parar de trabalhar, diminuir a rotina de quem faz-tudo. Mas aí penso que logo, logo ela crescerá, terá uma vida praticamente independente da minha e eu poderei arrepender de ter largado o meu emprego e tal.
Enfim...
Muitas vezes penso...
Será que isto ou aquilo vale a pena?
Não sei, só sei que verdadeiramente ser mãe vale muito a pena. E me volta a pergunta:
Qual a sua prioridade?
A minha é a Yasmin e sempre será!