Hoje depois de sair para resolver umas coisas, ir ao mercado e etc, quando estava voltando junto com a minha mãe, paramos na padaria. Eu fiquei no carro e ela desceu para comprar umas coisas. De dentro do veículo eu observava então o movimento das pessoas, carros, enfim, de tudo, naquele meu momento de espera.
No meio dessa observação sem compromisso, vi uma mulher fuçando o lixo. Naquele momento me veio tanta coisa à cabeça. Sei de ver e de ouvir falar que ela tem problemas neurológicos. Fiquei olhando e mil sentimentos tomaram conta de mim em poucos momentos. Não sabia o que fazer, se devia fazer, se podia fazer, se tinha o direito e/ou o dever de fazer algo.
Só sei que um dos sentimentos que se apoderou de mim foi a tristeza de ver aquela cena, uma pessoa mexendo no lixo como se fosse um animal irracional à procura de alimento. Só vi que ela tomou algo parecido com um Todynho. Fiquei tão estupefata que me senti tanta coisa ao mesmo tempo: culpada, impotente, alheia? Não sei!
Só sei que ao mesmo tempo agradeci tanto a Deus por termos saúde física e mental boas e termos condições financeiras também que nos permitem não fazer isso.
Lamentável cena! É óbvio que em outros momentos de minha vida já me deparei com coisas tristes e intrigantes, mas hoje, a mulher que fuçava o lixo, mexeu muito comigo.
Fuçar, palavra pesada, feia, estranha, mas era isso mesmo que ela fazia: fuçava o lixo.