terça-feira, 30 de agosto de 2011

ALGUMAS COISAS QUE AMO:

- Ouvir o Júnior me chamar de tia Nine;
- comer brigadeiro;
- tomar coca-cola;
- ficar com minha família;
- ir à praia;
- rir;
- ir para São João Del Rei;
- ler revistas;
- brincar com o Júnior;
- passear;
- dormir sábado e domingo depois do almoço;
- conversar com as pessoas de que gosto;
- ficar na net, principalmente no facebook;
- ir ao shopping;
- ir ao cinema, principalmente assistir a comédias;
- estar com o meu marido;
- ver fotos;
- almoçar fora fim de semana;
- comprar, principalmente roupa;
- etc, etc, etc.





quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Gianecchini, a beleza e o linfoma. Para quem depende da aparência, o câncer é especialmente cruel

Gosto de andar a pé, de ônibus, de metrô. De boca fechada e ouvidos bem abertos. Essas andanças me fazem perceber que o câncer do ator Reynaldo Gianecchini continua provocando perplexidade. O diagóstico que ele recebeu já é notícia velha, mas é o tipo de acontecimento que precisa de tempo para ser digerido.
Seja qual for o motivo (morbidez, curiosidade, solidariedade, falta do que fazer?), as pessoas ainda sentem necessidade de falar sobre ele. Quase sempre, arrematavam o comentário com o mesmo lamento: “Ninguém esperava”.
Por que ninguém esperava? Qualquer pessoa está sujeita ao câncer. Inclusive jovens de aparência saudável. O risco de ter a doença aumenta à medida que envelhecemos, mas não são raros os casos de bebês, crianças e adolescentes marcados pela doença.
Se não é a idade nem a aparência saudável de Gianecchini que subvertem a imagem construída pela sociedade daquilo que deveria ser um doente de câncer, o que é então? Suspeito que seja a beleza incomum.
É difícil aceitar que um galã como ele tenha câncer. É claro que essa aparente contradição não resiste a uma análise racional. Como, em grande parte, somos movidos por impressões e sentimentos, a estranheza persiste.
Aos 38 anos, o ator recebeu o dignóstico de linfoma não-Hodgkin de células T. É um tipo menos comum (ocorre em menos de 15% dos casos) e mais agressivo. A doença pode evoluir rapidamente e se disseminar. O linfoma de células B que a presidente Dilma Rouseff teve é mais fácil de tratar.  
Gianecchini começou a fazer quimioterapia. Será um tratamento em altas doses. É possível que ele também precise de radioterapia e de um autotransplante de medula óssea. Diferentemente do que ocorre com os linfomas de células B, ainda não existe um tratamento moderno e específico para combater linfomas como o do ator.
É provável que em breve ele apresente os efeitos colaterais clássicos. Náuseas, vômitos, cansaço, queda de cabelo. Passar por isso é um baque para qualquer pessoa. Para quem tem uma profissão que exige aparência impecável, a experiência é cruel.
Enquanto enfrenta o tratamento, um engenheiro pode continuar a calcular o material necessário para construir um prédio. Um jornalista pode continuar a escrever. Um porteiro pode continuar a controlar o entra e sai do prédio. Quem vive da imagem não tem a chance de continuar ativo profissionalmente e sentir que, na medida do possível, a vida segue seu rumo.
Gianecchini vai precisar de força e do carinho que já começou a receber. O desafio que ele enfrenta me fez lembrar de uma moça que entrevistei em 2007. Uma personal trainer chamada Rita de Cássia Castellano. Como Giane, a atividade profissional dela dependia da boa forma física. Como Giane, Rita descobriu o linfoma quando estava no auge da beleza e da juventude.
Aos 30 anos, dois meses depois de dar à luz Mateo, seu primeiro filho, Rita recebeu o diagnóstico de linfoma de Hodgkin. O câncer de Gianecchini (não-Hodgkin) e o de Rita (Hodgkin) têm apresentação clínica semelhante. A diferença está nas características das células malignas. Dependendo do subtipo dos linfomas, o prognóstico varia muito.  
Durante a gravidez, Rita notou umas alergias pelo corpo. Pernas e braços coçavam muito. Que mulher, num momento tão especial da vida, desconfiaria de câncer? Mas ele estava lá. Felizmente, Mateo nasceu saudável. Com 3,370 quilos e 50 centímetros.
Rita emagreceu muito e começou a ficar cansada. Uma ultra-sonografia revelou líquido no pulmão. Quando foi internada para retirá-lo, os médicos descobriram o linfoma. “Pegava áreas enormes”, contou. “Meu ‘alien’ ia do pescoço até a barriga.”
Quando soube da doença, Rita só conseguia pensar que precisava estar viva para criar o filho. Ela perdeu a mãe aos 6 anos, sofreu com a madrasta e não queria que acontecesse o mesmo ao filho.
O que mais me impressionou quando a conheci era a convicção com que dizia: “Vou criar meu filho”. Era uma certeza que me deixava sem voz. A moça bonita que dependia da boa forma física para continuar trabalhando foi capaz de mudar completamente, e em pouco tempo, o foco de sua energia. Só o que importava era Mateo.
Foi assim que aceitou o tratamento, a queda dos cabelos, a fadiga e todas as dificuldades que vieram depois. Ela dizia: “Em outro momento, ficaria arrasada sem cabelo. Hoje nem ligo. Saio na rua careca. Ao próximo que perguntar, vou dizer que peguei piolho”.  
Quase quatro anos depois, o que teria acontecido a Rita? Foi o que me perguntei na semana passada. Telefono ou não telefono? Tive a melhor das surpresas quando ouvi a voz dela do outro lado da linha. Rita me fez ganhar o dia. Ela é a moça de cabelos compridos que aparece, feliz da vida, na foto feita recentemente. O garoto fofo (agora com 4 anos e meio) é Mateo. “Ele vai ter que me aguentar até eu chegar a uns 85 anos”, diz ela.
Rita terminou o tratamento em agosto de 2008. Foram oito meses de quimioterapia. Depois, radioterapia. Sem sinais do linfoma, está na chamada fase de manutenção. Uma vez por ano faz uma tomografia completa do corpo.
Assim que terminou o tratamento, Rita voltou a se preocupar com a beleza. “Minha profissão exige aparência saudável. A quimioterapia me desgastou, me deixou com a pele sem brilho e cheia de manchas”, diz.
Enquanto se tratava com antidepressivo, Rita pensava em fazer cirurgia plástica, lifting facial, mudar o nariz etc. Depois desistiu. “O pior era não poder trabalhar. Ficava enlouquecida para voltar ao trabalho, mas minha aparência e minha energia não combinavam com minha profissão”, diz.
O médico lhe dizia que dois anos depois do tratamento sua aparência iria melhorar. Foi o que aconteceu. Os novos alunos da personal trainer sequer imaginam o que ela enfrentou.
Rita tem algo a dizer a Gianecchini. “Concentre-se em ficar bom. Esqueça tudo o que é supérfluo nessa hora. A aparência é secundária. Você vai tirar umas férias forçadas, sumir por uns tempos. Mas com certeza terá o apoio da família, dos amigos e do público. A gente perde a vaidade por um tempo, mas depois ela volta. Seja obediente e espere. Você vai voltar. Lindo como sempre.”
Obrigada por tudo, Rita. Felicidades, Reynaldo.

(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras)

Alguém especial. É isso que você quer – ou um monte de gente basta?

“Ficar com muita gente é fácil”, diz um amigo meu, com pouco mais de 25 anos. “Difícil é achar alguém especial”.
Faz algum tempo que tivemos essa conversa. Ele tentava me explicar por que, em meio a tantas garotas bonitas, a tantas baladas e viagens, ele não se decidia a namorar.
Ele não disse que estava sobrando mulher. Não disse que seria um desperdício escolher apenas uma. Não falou em aproveitar a juventude ou o momento e nem alegou que teria dificuldade em escolher. Disse apenas que é difícil achar alguém especial.
Na hora, parado com ele na porta do elevador, aquilo me pareceu apenas uma desculpa para quem, afinal, está curtindo a abundância. Foi depois que eu vim a pensar que existe mesmo gente especial, e que é difícil topar com uma delas.
Claro, o mundo está cheio de gente bonita. Também há pessoas disponíveis para quase tudo, de sexo a asa delta. Para encontrar gente animada, basta ir ao bar, descobrir a balada, chegar na festa quando estiver bombando. Se você não for muito feio ou muito chato, vai se dar bem. Se você for jovem e bonita, vai ter possibilidade de escolher. Pode-se viver assim por muito tempo, experimentando, trocando de gente sem muita dor e quase sem culpa, descobrindo prazeres e sensações que, no passado, estariam proibidos, especialmente às mulheres.
Mas talvez isso tudo não seja suficiente.  
Talvez seja preciso, para sentir-se realmente vivo, um tipo de sensação que não se obtém apenas trocando de parceiro ou de parceira toda semana. Talvez seja preciso, depois de algum tempo na farra, ficar apaixonado. Na verdade, ficar apaixonado pode ser aquilo que nós procuramos o tempo inteiro – mas isso, diria o meu jovem amigo, exige alguém especial.
Desde que ele usou essa fatídica expressão, eu fiquei pensando, mesmo contra a minha vontade, sobre o que seria alguém especial, e ainda não encontrei uma resposta satisfatória. Provavelmente porque ela não existe.
Você certamente já passou pela sensação engraçada de ouvir um amigo explicando, incansavelmente, por que aquela garota por quem ele está apaixonado é a mulher mais linda e mais encantadora do mundo – sem que você perceba, nela, nada de especial. OK, a garota é bonitinha. OK, o sotaque dela é charmoso. Mas, quem ouvisse ele falando, acharia que está namorando a irmã gêmea da Mila Kunis. Para ele ela é única e quase sobrenatural, e isso basta.
Disso se deduz, eu acho, que a pessoa especial é aquela que nos faz sentir especial.
Tenho uma amiga que anda apaixonada por um sujeito que eu, com a melhor boa vontade, só consigo achar um coxinha. Mas o tal rapaz, que parece que nasceu no cartório, faz com que ela se sinta a mulher mais sensual e mais arrebatada do planeta. É uma química aparentemente inexplicável entre um furacão e um copo de água mineral sem gás, mas que parece funcionar maravilhosamente. Ela, linda e selvagem como um puma da montanha, escolheu o cara que toma banho engravatado, entre tantos outros que se ofereciam, por que ele a faz sentir-se de um modo que ninguém mais faz. E isso basta.
É preciso admitir que há gente que parece especial para todo mundo. Não estou falando de atores e atrizes ou qualquer dessas celebridades que colonizam as nossas fantasias sexuais como cupins. Falo de gente normal extremamente sedutora. Isso existe, entre homens e entre mulheres. São aquelas pessoas com quem todo mundo quer ficar. Aquelas por quem um número desproporcional de seres humanos é apaixonado. Essas pessoas existem, estão em toda parte, circulam entre nós provocando suspiros e viradas de pescoço, mas não acho que sejam a resposta aos desejos de cada um de nós. Claro, todo mundo quer uma chance de ficar com uma pessoa dessas. Mas, quando acontece, não é exatamente aquilo que se imaginava. Você pode descobrir que a pessoa que todo mundo acha especial não é especial para você.
Da minha parte, tendo pensado um pouco, acho que a pessoa especial é aquele que enche a minha vida. Ela é a resposta às minhas ansiedades. Ela me dá aquilo que eu nem sei que eu preciso – às vezes é paz, outras vezes confusão. Eu tenho certeza que ela é linda por que não consigo deixar de olhá-la. Tenho certeza que é a pessoa mais sensual do mundo, uma vez que eu não consigo tirar as mãos dela. Certamente é brilhante, já que ela fala e eu babo. E, claro, a mulher mais engraçada do mundo, pois me faz rir o tempo inteiro. Tem também um senso de humor inteligentíssimo, visto que adora as minhas piadas. Com ela eu viajo, durmo, como, transo e até brigo bem. Ela extrai o melhor e o pior de mim, faz com que eu me sinta inteiro.
Deve ser isso que o meu amigo tinha em mente quando se referia a alguém especial. Se for isso vale a pena. As pessoas que passam na nossa vida são importantes, mas, de vez em quando, alguém tem de cavar um buraco bem fundo e ficar. Essas são especiais e não são fáceis de achar.  
(Ivan Martins escreve às quartas-feiras.)

domingo, 21 de agosto de 2011

MAIS UM FIM DE SEMANA EM SÃO JOÃO DEL REI!

Nossa, aqui é bom demais. Estamos na casa da Tia Dadá. Eles são muito bons, pois nos agradam demais. É muito divertido passar o fim de semana aqui.
Sexta foi o nosso bingo de prendas. Sábado fomos ao Festival de Gastronomia em Tiradentes e à noite na churrascaria Ramona, onde o meu primo Douglas cantou com a banda dele: Banda Uai Garotos. Ele canta super bem e o show foi muito bom.
Quando chegamos de lá, batemos papo até às 02:30 da madrugada para relembrar os velhos tempos.
Hoje iremos passear mais um pouco e estamos decidindo se iremos embora mais tarde ou amanhã de manhã. 
O Júnior está se esbaldando, pois tava louco para vim na "casa Sheila" e "casa Tia Zazá" como ele diz.
Só sei que aqui é muito bom e antes de ir embora já tô querendo voltar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

LINDA FRASE!

"Podes ser somente uma pessoa para o mundo, porém, para alguma pessoa tu és o seu mundo." 
(Gabriel José García Marquez)

10 ANOS DE FORMADA! FALTOU COMENTAR! MAS TÁ EM TEMPO!

Ah, em tempo: faltou falar que das pessoas com quem eu me formei só tenho contato com a Patrícia, que sempre foi a minha colega mais próxima da faculdade, com quem eu fazia trabalho e com a qual eu fiz uma grande amizade e sempre nos falávamos por telefone após a formatura. Com as outras pessoas perdi o contato totalmente. 
Como a Patrícia nunca quis dar aula, ela sempre trabalhou em outras coisas. E por incrível que pareça depois de todos esses anos, no dia 01 de julho do ano passado ela veio trabalhar aqui com a gente na Megamáquinas. E é uma excelente profissional. Ganhamos muito com ela aqui, pois é competente, dedicada, calma, e , acima de tudo, um equilíbrio para o meu estresse e agitação, assim como éramos na faculdade, em que eu me deseperava para fazer as coisas e ela estava sempre tranquila.
Obrigada, Patrícia, pela amizade e agora também pela parceria no trabalho.

10 ANOS DE FORMADA!

Hoje eu faço exatamente 10 anos de formada, pois minha formatura na UFJF aconteceu na manhã do sábado dia 18 de agosto de 2001.
Como 10 anos passaram rápido. Meu Deus! Não sei se fico feliz ou triste, pois estou ficando velha, uma vez que estava com 22 anos no dia e agora já tenho 32. 
São também 9 anos e meio de profissão, o que significa que só faltam 15 anos e meio para eu me aposentar. Jesus me ajude! Será que dá para aguentar sala de aula por esses anos todos ainda? Seja feita a vontade do Senhor.
Algumas lembranças do dia da formatura: meus pais, a Gilda, a minha madrinha tia Imaculada estavam lá às 10 h da manhã para me ver no meio daquela muvuca, pois foi aquela formatura coletiva, na qual mais de 700 pessoas passaram pelo palco improvisado da UFJF. Mas o que importa é que consegui me formar e hoje vivo do suor do meu trabalho. Literalmente suor porque dar aula para adolescente não é nada fácil. Só eu e Deus sabemos o que já passei nesses anos. Quantas alegrias e quantas tristezas!
Exemplos de alegria: minha vaga no Quilombo, que é a escola que eu mais amo de todas e é perto da minha casa, o que facilita muito a minha vida. Pessoas legais que lá conheci e convivo. Não dá para citar todos os nomes, me desculpem aqueles que mereciam ser citados, mas vão lá alguns: Rita (amiga de verdade, irmã na fé, exemplo de mulher e profissional), Rosane (exemplo de vencedora), Dani vice (amiga, apoiadora, doçura e meiguice), Cinthia (minha Severino, amiga para tudo), Patrícia (de Matemática, professora em 2004), alunos como o Wedrey que tanto me alegraram, a Mariane, a Paloma, que era minha fã nº 1, a turma de 2008 do 7º que me amava de paixão. Nossa, quanta coisa boa para ser lembrada. Houve um ano em que me senti a campeã de tantas cartas que recebia, estava que nem artista da Globo. KKK. Mas é verdade.
A escola Álvaro Lins, onde fui muito honrada, pois meu trabalho era super reconhecido e eu me sentia muito valorizada pela direção e pelos alunos. Nossa, como era distante para mim, mas ao mesmo tempo gratificante ir para um lugar em que me sentia bem.
As coisas ruins deixa para lá. Não vou contá-las. Já vivi e isso basta.
Só sei que tenho muito a agradecer a Deus. Então: obrigada, Senhor, por tudo o que eu vivi, pois o que não me matou, realmente me tornou mais forte.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Uma mãe leva ao Congresso sua luta pela proteção dos filhos dos outros

Sempre que viajo, seja em um ônibus ou avião, olho ao meu redor e penso no que leva cada uma daquelas pessoas desconhecidas para o mesmo destino que o meu. Sei que o destino apenas parece o mesmo no mostrador da sala de embarque, mas que é sempre diferente para cada um de nós. Assim como sei que cada pessoa de fato não carrega uma mala, mas sua história. E que algumas delas suportam um excesso de peso que não pode ser mensurado na balança do check-in. Na véspera de 9 de agosto, talvez alguém possa ter olhado para aquela mulher de olhos verdes, cabelos ondulados, calças pretas, bata estampada e salto alto, e pensado que ela era uma executiva ou mesmo uma assessora parlamentar no voo SP-Brasília das 15h51. Ela recusa a bebida e o lanche que a aeromoça oferece. Aceita uma bala. Gestos casuais, escolhas que nada dizem. Talvez a passageira da janela esteja fazendo dieta. Ou tensa demais para comer ou beber. Ou apenas enfastiada ou enjoada. Nem mesmo alguém com muita imaginação poderia supor que uma parte essencial daquela mulher não está ali, mas presa no fundo de uma piscina há 13 anos.
Odele Souza, este é o seu nome, embarcou naquele avião porque sua filha teve os cabelos, tão parecidos com os dela, sugados pelo ralo da piscina do condomínio em que a família vivia, em São Paulo. A sucção era tão forte que o irmão mais velho puxou a menina de 10 anos com toda a sua força e só conseguiu arrancar um punhado de cabelos. Desde então, Odele vive uma dor que ninguém pode medir: a de testemunhar sua filha crescer e se tornar mulher deitada em uma cama, sem consciência de si mesma. Flavia tem hoje 23 anos.
Em Brasília Odele se encontrou com um homem que também carregava um peso invisível à balança eletrônica. Ele vinha do Rio de Janeiro para encontrá-la. Com a mesma tragédia, ele difere de Odele porque sua dor ainda é carne viva. Este homem é pai. E perdeu sua filha mais velha, também com 10 anos, quando ela brincava numa piscina de fibra de vidro na casa de amigos numa festa de aniversário. Em certo momento, os amigos resolveram sair da piscina em busca de outra brincadeira. Ela ficou. Plantava bananeira quando teve os cabelos sugados pelo ralo. Só conseguiram tirá-la de lá depois de desligar a bomba da piscina. Muito tarde para a menina. Como Flavia, ela era excelente nadadora. Diferentemente de Flavia, ela morreu ali.
Era 12 de fevereiro deste ano. E esse pai não consegue falar de sua perda imensurável sem chorar. Ele é professor de educação física e começou a ensinar sua filha a nadar quando ela tinha três meses de idade. Odele sabe que o choro vai secar um dia. Para ela, foram dois longos anos em que as lágrimas se tornaram parte de seu olhar. Depois, elas foram estancando e agora aparecem em geral à noite, quando se sente muito só entre as paredes do seu quarto. Odele sabe que as lágrimas até podem secar, mas a dor não acaba nunca.
E é por saber disso que ela e esse pai estão ali. Junto com eles há um perito americano, Lawrence Doherty, que foi consultor das leis de segurança nas piscinas aprovadas nos Estados Unidos e na Colômbia, e o brasileiro Augusto Cesar Araújo, representante da Associação Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins. À noite, no hotel, eles alugam um projetor de slides e acertam os últimos preparativos para a exposição em PowerPoint que farão no dia seguinte para o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), relator da lei federal de segurança nas piscinas que tramita no Congresso.
Foi Odele quem reuniu aquele grupo na capital federal para propor uma emenda ao projeto de lei que possa garantir que nenhuma criança ou adulto morra porque seus cabelos ou membros foram sugados pelo ralo de uma piscina. Às vezes a pressão é tão forte que chega a sugar parte dos intestinos, como aconteceu com Abigail Taylor, uma menina americana de 7 anos. Uma ameaça real, que mata pelo menos uma pessoa por ano no Brasil, isso se forem considerados apenas os casos divulgados pela imprensa – uma minoria. O Brasil é um dos países com maior índice de mortes por afogamento no mundo – mas não há estatísticas oficiais de quantos deles são causados pela sucção dos ralos das piscinas.
Do interior do seu apartamento em São Paulo, de onde pouco pode sair porque Flavia está presa a uma cama e ela é refém dessa tragédia, Odele se conecta à internet e usa a tecnologia para mover uma campanha incansável para que os brasileiros saibam que, mesmo no fundo das piscinas mais rasas, pode haver perigo de morte. Um risco que poderia ser evitado com o uso de equipamentos simples de proteção, como tampas antiaprisionamento e dispositivos que desligam automaticamente a bomba em caso de obstrução ou bloqueio do ralo. Como, por ignorância ou descaso, não existe a atenção devida à segurança, Odele briga para salvar a vida dos filhos dos outros de ter o destino da sua.
Como Flavia teve a fala roubada, sua mãe criou uma voz para ela. No blog Flavia vivendo em coma, Odele narra sua luta cotidiana por um mundo onde crianças não percam o futuro apenas porque estavam brincando em uma piscina num dia quente de verão. E, para ela, é como se Flavia pudesse falar, e estivessem juntas nessa batalha por dignidade. Contei a história dessas duas mulheres em uma reportagem chamada Saudades de sua voz. E também em um texto nesta coluna, com o título de Deus e a Eutanásia. Desde 2009 tenho testemunhado a força de Odele Souza. E mais uma vez pergunto a ela: “Por que você briga tanto para que os filhos dos outros não morram?”. E ela me responde, com a inteireza de sempre e um olhar que queima, mesmo quando suas pupilas bóiam em água salgada:
- A luta por uma Lei Federal para Segurança em Piscinas, com ênfase na sucção dos ralos, significa muito para mim. Além da indiscutível importância pública, essa luta me ajuda a conviver com o fato de ter visto Flavia crescer numa cama sem possibilidade de se tornar uma jovem como qualquer outra de sua idade. Sem a chance de estudar, se divertir, namorar, enfim, viver a sua juventude de forma saudável. Essa luta me ajuda a conviver com o fato de ver Flavia crescer nessa “cama-casulo”, se tornando uma borboleta. Que essa minha luta possibilite à Flavia, mesmo presa e imobilizada em seu estado de coma, voar o mais alto que ela possa. Que Flavia voe alto e longe e que leve às outras vítimas desse tipo de acidente – e são muitas – uma mensagem de amor, de resistência e de cidadania por alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas. Antes da tragédia ocorrida com Flavia, poucos sabiam que ralos de piscinas – se vendidos, instalados e mantidos fora dos padrões de segurança – podem prender embaixo d’água uma pessoa pelos cabelos, ou por qualquer outra parte do corpo. Antes do mergulho sem volta de Flavia, poucos sabiam que ralos de piscinas podem matar ou deixar uma pessoa em coma. Com minha luta tento compensar, se é que isso é possível, a dolorosa convivência com o silêncio ao qual Flavia foi condenada a viver. Diante da cruel imobilidade imposta à minha filha, eu não me permito ficar imóvel. Diante da imobilidade e do silêncio impostos à Flavia, eu preciso estar em constante movimento. E preciso gritar. Gritar por mim, por Flavia e por todas as vítimas que morreram afogadas enquanto nadavam em uma piscina sem segurança.
Odele é assim. Intensa e inteira, mesmo sabendo que para sempre lhe faltará um pedaço essencial de si. Quando penso nela, a enxergo ao lado de Flavia, que se tornou uma moça de beleza suave sobre a cama. Em seu coma vígil, ela abre os olhos durante o dia e os fecha à noite, e se sobressalta com qualquer ruído. Vejo Odele com seu inseparável lap top, sentada perto de sua filha, gritando por justiça enquanto em sua casa o silêncio a perfura. Pelas internet ela descobriu peritos em diferentes países do mundo, arregimentou aliados e fez amigos. E no dia 9 alcançou Brasília. Depois de duas horas de exposição e da entrega de um texto cuidadosamente elaborado ao longo de meses com a sugestão de emenda ao projeto de lei, Odele deixou a Câmara dos Deputados com a promessa de que sua proposta será incluída e que o projeto será votado o mais rápido possível – talvez até o final desse ano. Se alguém fez a Odele uma promessa que não pretende cumprir, mal sabe a encrenca que se meteu. Conheço poucos brasileiros tão obstinados quanto ela. Dia após dia, Odele acorda para gritar.
No voo de volta Odele estava ansiosa. Afastar-se de Flavia exige uma operação complexa. Ela não conta com nenhum familiar para ajudá-la. Na ansiedade, pergunta ao passageiro ao lado se ele tem filhos. Ele responde que tem. Odele tenta contar sobre a sua luta. O passageiro ouve, mas parece não escutar e nada diz. Quando chega em casa, é para Flavia que Odele narra mais um capítulo da história que constrói para ambas. Como ela diz: “Em minha eterna conversa com minha filha, onde só se ouve a minha voz”. É chorando que Odele diz à Flavia:
- Princesa, mesmo sem sair da cama e do seu quarto, você viajou comigo para Brasília. Você estava presente na reunião. Você voou, Flavia.  

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

FOTO DO DIA DOS PAIS!

Obrigada, Senhor, pelo pai maravilhoso que o Senhor nos deu.

domingo, 14 de agosto de 2011

MEU PAI: MEU TUDO!

Hoje é o dia dos pais e em primeiro lugar quero agradecer a Deus pela vida do meu, pela graça de tê-lo comigo todos os anos e pela felicidade de ter um pai mais que maravilhoso, bom, prestativo, gentil, engraçado, divertido, espírito jovem, sábio etc, etc, etc. A verdade é que não há palavras que definam o meu pai e o quanto eu o amo e o admiro. Ele é tudo para mim! Mas não é da boca para fora que digo isso, é do fundo do coração. Quem o conhece sabe e também admira a relação que ele tem comigo e com as minhas duas irmãs. É disparado o melhor pai do mundo. Até entendo que existam outros pais bons, mas igual ao meu acho difícil, melhor, acho impossível.
Exemplo de homem, de pai, de caráter, de servo de Deus, de batalhador, de trabalhador, etc. Exemplo de tudo para mim. Só não está acima de Deus, que é o dono de tudo e das nossas vidas, mas está acima de todos.
Pai, te amo mais que tudo na vida e peço ao nosso Pai que continue te dando vida, ânimo, sabedoria, saúde, etc para que continue sendo a minha inspiração. Sem você não sou nada, perco o chão, a coragem, a vontade de viver, etc.
Obrigada por existir.
Obrigada Senhor, pelo pai que o Senhor me deu!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

THE SMURFS

Nossa, bom demais ter ido assistir The smurfs. Voltei à minha infância literalmente. Em alguns momentos me vi comentando, "gritando", achando o máximo aqueles personagens tão amados por mim quando era criança. Acho-os uma gracinha. Além do que, assisti ao lado de pessoas que smurfamo muito: minha amigona Cinthia, a querida Gisele e a fofíssima Dani, filha da Tintia.
Agora só me resta assistir de novo em 3D, pois quando o filme é muito bom eu faço questão de vê-lo mais de uma vez. Este superou minhas expectativas, que eram altas, já que era o meu desenho preferido na infância.
Como é contraditório voltar aos velhos tempos, pois me senti criança novamente, mas também me senti muita velha, pois já estou com 32 anos e parece que foi ontem que eu assistia àqueles seres azuis com tanta empolgação todos os dias de manhã. Tempo bom!
Ah, fica a dica: smurfassistam porque é smurfótimo.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

DO INCRÍVEL FERNANDO PESSOA!

""Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...Que já têm a forma do nosso corpo ...E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...É o tempo da travessia ...E se não ousarmos faze-la ...Teremos ficado ... para sempre ...À margem de nós mesmos..."(Fernando Pessoa)
...

domingo, 7 de agosto de 2011

LINDO O TEXTO!!! DE VANESSA LEONARDI

Viver apaixonada por uma causa, por um sonho. Desapaixonar-se dos medos. Dos não...s que secam a alegria de viver. Alimentar-se de memórias deliciosas e conversas entre você e suas saudades. Dessas que ninguém pode tirá-las de ti. Apaixonar-se por um sorriso. Por alguém. Por uma ideia louca que você pode ser na vida de alguém. Apaixonar-se por você.
Não faz mal se chorar muitas ou algumas vezes. Chorar sempre faz chover, penso assim. E chover, sempre faz nascer. Ta vendo? No fim tudo volta a ser começo. Fica sempre tudo bem, meu bem. Sempre.
Descobrimos com o tempo que as palavras mais comuns são as mais deliciosas de serem ouvidas. Às vezes dificílimas de serem ditas. Descobrimos,com o tempo, que afinal pouco é muito.


|vanessa leonardi|

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

ESTREIA DOS "SMURFS"

Estou completamente "aguada" para ver os Smurfs. Eles fizeram parte da minha infância. Era o desenho de que eu mais gostava. Lembro-me como se fosse hoje de vários dias eu em frente à TV assistindo-os. Meu Deus, como o tempo voou, já que eu tinha tão pouca idade e hoje já estou com 32 anos. 
Quero ir assistir logo, mas hoje não posso, já que tenho outro compromisso. Só não falto porque já estava marcado há mais tempo e sou muito "certinha" com minhas coisas. Mas não vejo a hora de poder assistir. 
Há um tempo atrás eu pensei assim: "- podiam fazer um filme dos "Smurfs". Não deu outra: surgiu a notícia de que fariam. Beleza. Fiquei feliz demais. Agora o filme está em cartaz. Maravilha!!!
Leiam a sinopse do filme:
"Gargamel (Hank Azaria) descobre o povoado mágico dos Smurfs e faz com que eles se dispersem na floresta. Desastrado pega o caminho errado e, seguido por outros, entra na gruta proibida que os leva para o Central Park. Voltar para casa é cada vez mais complicado, já que Gargamel os persegue, por isso, os Smurfs resolvem se esconder e são protegidos por um casal (Neil Patrick Harris e Jayma Mays)."

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PAISAGEM MARAVILHOSA!!!

Deparei-me com essa paisagem hoje no papel de parede do computador da Patrícia, que trabalha aqui conosco. Achei lindo. Imediatamente pensei que estivesse entrando nesse lugar maravilhoso! Que sonho estar ali para esquecer de tudo. 
Eu quando vejo o mar sinto uma felicidade inenarrável. Ou melhor, dá para narrar que fico bem, sinto-me feliz, com a bateria recarregada, esqueço de tudo, da rotina, só penso que a vida é boa e que Deus é maravilhoso!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

AGRADECIMENTO A DEUS!!!

Ainda bem que o que não é explicado cientificamente sabemos que é porque DEUS agiu. 
Obrigada, Senhor.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ANIVERSÁRIO DA MARIA LÚCIA!!!

Parabéns, amiga! Tudo de melhor para você nesta data abençoada por Deus. Que Ele continue te abençoando cada vez mais, pois merece tudo o que a vida puder te dar de bom.
Saiba que o que mais valeu a pena no fato de eu ter trabalhado lá na escola foi ter te conhecido, pois foi muito mais que uma coordenadora especial, competente, etc, foi uma amiga que ganhei.
Obrigada por todas as coisas que convivemos lá, pela amizade, pelos momentos bons que passamos juntas e por ter me dado apoio nos momentos difíceis.
Como chorei no dia em que soube que você havia pedido transferência! Mal sabia eu que durante as férias tomaria a minha decisão até então tão adiada e também não voltaria para lá. Como Deus é perfeito!!!
Só sei que foi muito bom ter podido desabafar com você, rir, chorar, contar com a sua amizade e com o seu trabalho excepcional sempre me ajudando.
Difícil encontrar pessoa franca, sincera e amiga como você, principalmente hoje em dia. Pessoa que fala aquilo que sente e aquilo que precisamos ouvir, doendo ou não em nós. Palavras doces e duras sempre que necessário. Mais doces que duras, é verdade. Foi assim que me tratou e foi assim que aprendi muito com você.
Profissional organizada, competente, exigente, mas acima de tudo, maravilhosa como pessoa, serva de Deus, mãe, avó, amiga, etc. Não há palavras que traduzem o quanto você é especial e importante na minha vida e na de todos que convivem com você. Só posso agradecer a Deus pela sua existência!
Obrigada por tudo e continue sendo na vida das outras pessoas o que você foi na minha!
Beijos da amiga de sempre.

JESUS!!!